quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ode ao milho 3: O confronto final no milharal


E a saga continua... e o milho Aldo ainda está na luta,
agora cor de marrom-apodrecido feito gruta
parece até que pegou o ônibus cala-boca
e foi parar lá em Itaoca.

O milho Aldo tentou, em vão, passear pela cidade,
foi perseguido pelos cachorros da faculdade.
Descobriu que paraíso não fica perto da FFP,
daí foi parar em Neves perto da DP.

Ali também não foi bem recebido,
tinha uns cabras mal reconhecidos
e só de birra foi para o Jardim Alcântara,
sonhando com paz, sem virar janta.

Chegando lá tal foi sua surpresa
havia muitas pessoas e uma enorme feira,
o milho Aldo ficou feliz, pensou:
talvez eu ache aqui quem me criou.

Quando de repente um mendigo,
que com o papai-noel era muito parecido
levantou sedento pelo milho.
Correndo, ele pensou: estou perdido.

Desesperado, começou a soltar pedaço
por todo o lado, sua vida em caco.
Uma irmã vendo a triste cena
do pobre milho teve muita pena.

Levou o coitado para receber oração,
ao chegar foi confundido com refeição,
saiu às pressas com medo da decisão,
ele estava perplexo com tamanha confusão.

Decidiu então ir para o Galo Branco
pois se tem galo também deve ter galinha,
cansado como estava sentou-se num banco,
o milho Aldo adormeceu deitado na pracinha.

Mal sabia ele que era época de eleição...
Ao acordar assustado, levou um empurrão.
Ao som de um funk alto o milho Aldo foi pisoteado,
nunca mais se ouviu falar dele desde então...









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