E quando o mundo,
as crenças, as pessoas,
viram-me as costas,
ao meu consolo vem
o milho.
Que me oferece,
generoso,
os seus gomos,
seus restos mortais,
dos quais eu não hesito
Em dilacerar as entranhas,
Com ânsia voraz.
E nele, em sua nua forma,
que agora desponta,
ficam impressas minhas angústias.
E arrancando-lhe
a última energia,
sugo-lhe o sulco precioso,
com orgulho mesquinho.
Até que, cansada,
embrulho-o com respeito cerimonial
e deito-o, na lixeira, sua humilde e indigna alcova
onde, para sempre, irá descansar.
viva o Fandangos, rsrs
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