
- Meu filho vai ser dotô um dia!
- Senhor Doutor, Posso lhe fazer uma pergunta?
Abel: primeiro a demonstrar a importância do uso do capacete
Adão: primeiro trouxa
Amante: acréscimo de zeros no boleto e retrocesso de zeros na conta
Bob Esponja (1): desenho tão suspeito como Victor Fasano
Bob Esponja (2): bêbado, ébrio, cachaceiro, bebum, sommelier falido
Brinquedo: para crianças distração, para adultos diversão
Coca –cola: prazer gelado para viver menos
Calouro: indivíduo que tem o amor da família e o ódio dos veteranos
Carmem Miranda: traveco de projeção internacional
Dicotomia: intelectual de via dupla
Eva: primeira esfomeada
Ema: animal idiota com nome idiota e cara idiota
Filho: trabalhador não assalariado e provedor da calvície precoce
Luiz Inácio da Silva: porteiro lá de casa
Mendigo: indivíduo que nos faz sentir a pura filantropia após esmolas dadas
Noé: primeiro membro do Greenpeace
Nega maluca (1): bolo solado que a dona de casa chapa de Nescau para desfarçar o erro
Nega maluca (2): mulher negra com distúrbios psicológicos
Pombo: mendigo que esqueceu-se de morrer
Ronaldinho (1): jogador de futebol obeso ou dentuço
Ronaldinho (2): cabeleireiro homossexual
Ronaldinho (3): pivete da Praça XI
Serpente: primeira sogra
Televisão: controle de natalidade para pobres
Vestibulando: indivíduo que põe a culpa no Vestibular para ter o dó da família
Viagra: é como a inveja, quem faz uso nunca assume
Zebra: animal que sempre simboliza desgraças e apostas perdidas
soares
Nas negativas femininas há quem veja esperanças
De um não quase agressivo transformar-se em alianças
“Quando uma dama me diz não
Ela está querendo um beijo e um agarrão.”
Assim era a sina de Aristeu, galante que só
Abençoado com a feiúra dos deuses, aberração, dava dó
Achava-se forte, maravilhoso, o melhor, Popó
Naquela vida um entrelaço, o ridículo e o feio dando nó
Calça roxa, blusa verde quadriculada
Sapato vermelho, meia meio amarelada
Leite de rosas, alfazema vencida
No cabelo, brilhantina. Gravata colorida
Inimigo da moda e de grandes estilistas
Antítese de Narciso, coisa triste às vistas
“To lindo demais, ninguém me resiste”
Aristeu é brasileiro, nunca desiste
“Hei de arrumar uma tetéia”
“Hoje dou em cima da Cristina, amanhã da Léia”
Quem gostava do Aristeu era Verônica, menina boa
Ele a desprezava, atravessava a rua quando a via, fingia de nada saber
“Sou lindo demais pra beijar uma zarolha, ridícula caolha”
Negava que o desprezassem, convencia-se de que era belo e sozinho estava por querer
“Quando uma dama me diz não
Ela está querendo um beijo e um agarrão.”
soares
Mania de adolescente, ser forte, ser Sansão
Olha só aquele nerd, olha o gordo-obeso
Só série de bíceps, não malho perna não
To rasgando, maromba, fleca, aumenta o peso
De tanto peso que pegou
Das bombas que tomou
Dos refrigerantes que evitou
Nem viu, o cérebro atrofiou
Tudo era pretexto para tirar a camisa
Contrair os braços, igual bicho de zoo, pura exibição
As pernas de grilo, dois gravetos, muito finas
Um rim podre, um fígado escangalhado, um caixão
E a bomba explodiu, lá se foi o bom rapaz
Coitado, tão bonito, tão forte, tão novinho
Que desolação quando lá na cova que se jaz
se descobre que na morte, todo mundo é bem magrinho
soares
Pegando carona no sabugo alheio
Rabugento, sem inspiração, o plágio odeio
Mas fazer o quê? Se meu cérebro queimado está igual centeio?
Da precoce esquizofrenia atualmente eu sempre me receio
Mas deixo uma idéia, ideal eterno e sagaz
A milharina na minha cabeça não se compara ao fugaz
Sabugo anoréxico esculachado, igual à Carolina Ferraz
E à Marina Silva, hoje, solteira mais cobiçada, atual ananás
Na espiga definhada ou no milhão do Silvio Santos
Na Dilma oscilante e nos esbugalhos oculares de certos tucanos
Ficou o sabugo do Plínio, tão simpático, em outros planos
É a pipa senil que não sobe, nem com a catuaba dos hermanos
soares
E quando o mundo,
as crenças, as pessoas,
viram-me as costas,
ao meu consolo vem
o milho.
Que me oferece,
generoso,
os seus gomos,
seus restos mortais,
dos quais eu não hesito
Em dilacerar as entranhas,
Com ânsia voraz.
E nele, em sua nua forma,
que agora desponta,
ficam impressas minhas angústias.
E arrancando-lhe
a última energia,
sugo-lhe o sulco precioso,
com orgulho mesquinho.
Até que, cansada,
embrulho-o com respeito cerimonial
e deito-o, na lixeira, sua humilde e indigna alcova
onde, para sempre, irá descansar.