
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
O NATAL
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
O Porteiro

-Mas doutô eu num vi nada!
-Viu sim, aquela maldita estava com o amante!
-Eu num sei de nada, num sô observante.
-Quanto ela te deu para ficar de boca fechada?
-Ela quem doutô? Sô um hômi simplório.
-Minha esposa, aquela safada.
-Num fala assim da coitada.
-Defendeste ela? Tu tem culpa no cartório!
-Culpa quem doutô? Sô inocente.
-Isso só diz quem se defende.
-Mas se num mi defendo o doutô mi prende.
-Te prendo por quê? Abra o bico, servente!
-Doutô, num sei de nada, já disse.
-Não creio em você, estás a me enganar.
-Doutô, a galhada é sua, nada tenho a declarar.
-Galhada? Que galhada? Explique-se!
-Desgraçada! Me chifrou com todo mundo.
-Doutô, corno todo mundo é, basta ter muié.
-Ai meu Deus, então ela me traiu? Com qual vagabundo?
-Doutô, péra lá, eu não sou vagabundo, pega leve né....
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Mulher do século XXI !?

sábado, 6 de novembro de 2010
Cocota

Cumé qui é vacilão
Num sô mulé de bobêra
Sô gramurosa, sô partidão
Sô castelão a noite inteira
Cadiquê sô filezona do pedaço?
Purquê os preibói fica na minha
andu di moto suzuqui e carro só Picasso
sô cachorra sô gatinha
Sô purpurinada, sô tudo de bom
Desce e sobe, de ladinho
Só dá eu na Furacão
Sô da gaiola, sô do bonde do vinho
ps.: em homenagem aos funkeiros que se satisfazem fazendo catarse ao som dos pancadões
Dona Augusta

Dona Augusta odiava-se
Por ter nome de rua famosa
Contorcia-se, castigava-se
Motivo de chacota, piada maldosa
Quis morrer, fustigava-se, flagelava-se
Quando a chamavam de mimosa
“É tudo nome de rua!” – dizia-se.
Dona Augusta deprimia-se, andava sempre desgostosa
Um dia, no alto do morro barrento
Dona Augusta resolveu o seu tormento
Exibiu nova certidão de nascimento
“Meu nome agora é Salomé, seus jumento!”
Coitada de Dona Augusta, agora Salomé
“Exegese e hermenêutica? Não sei o que é!”
O povo do morro, irônico e sarcástico, continua a pegar-lhe no pé
sábado, 30 de outubro de 2010
Tire a máscara doutor!

- Meu filho vai ser dotô um dia!
- Senhor Doutor, Posso lhe fazer uma pergunta?
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Conquista amorosa

Dicionário Orélho (1)

Abel: primeiro a demonstrar a importância do uso do capacete
Adão: primeiro trouxa
Amante: acréscimo de zeros no boleto e retrocesso de zeros na conta
Bob Esponja (1): desenho tão suspeito como Victor Fasano
Bob Esponja (2): bêbado, ébrio, cachaceiro, bebum, sommelier falido
Brinquedo: para crianças distração, para adultos diversão
Coca –cola: prazer gelado para viver menos
Calouro: indivíduo que tem o amor da família e o ódio dos veteranos
Carmem Miranda: traveco de projeção internacional
Dicotomia: intelectual de via dupla
Eva: primeira esfomeada
Ema: animal idiota com nome idiota e cara idiota
Filho: trabalhador não assalariado e provedor da calvície precoce
Luiz Inácio da Silva: porteiro lá de casa
Mendigo: indivíduo que nos faz sentir a pura filantropia após esmolas dadas
Noé: primeiro membro do Greenpeace
Nega maluca (1): bolo solado que a dona de casa chapa de Nescau para desfarçar o erro
Nega maluca (2): mulher negra com distúrbios psicológicos
Pombo: mendigo que esqueceu-se de morrer
Ronaldinho (1): jogador de futebol obeso ou dentuço
Ronaldinho (2): cabeleireiro homossexual
Ronaldinho (3): pivete da Praça XI
Serpente: primeira sogra
Televisão: controle de natalidade para pobres
Vestibulando: indivíduo que põe a culpa no Vestibular para ter o dó da família
Viagra: é como a inveja, quem faz uso nunca assume
Zebra: animal que sempre simboliza desgraças e apostas perdidas
soares
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Adolescente em crise ou vida de Patty

Beleza sempre põe mesa

Nas negativas femininas há quem veja esperanças
De um não quase agressivo transformar-se em alianças
“Quando uma dama me diz não
Ela está querendo um beijo e um agarrão.”
Assim era a sina de Aristeu, galante que só
Abençoado com a feiúra dos deuses, aberração, dava dó
Achava-se forte, maravilhoso, o melhor, Popó
Naquela vida um entrelaço, o ridículo e o feio dando nó
Calça roxa, blusa verde quadriculada
Sapato vermelho, meia meio amarelada
Leite de rosas, alfazema vencida
No cabelo, brilhantina. Gravata colorida
Inimigo da moda e de grandes estilistas
Antítese de Narciso, coisa triste às vistas
“To lindo demais, ninguém me resiste”
Aristeu é brasileiro, nunca desiste
“Hei de arrumar uma tetéia”
“Hoje dou em cima da Cristina, amanhã da Léia”
Quem gostava do Aristeu era Verônica, menina boa
Ele a desprezava, atravessava a rua quando a via, fingia de nada saber
“Sou lindo demais pra beijar uma zarolha, ridícula caolha”
Negava que o desprezassem, convencia-se de que era belo e sozinho estava por querer
“Quando uma dama me diz não
Ela está querendo um beijo e um agarrão.”
soares